A cidade de Natal está em fase de implantação do Método Wolbachia, uma estratégia inovadora para combater doenças como dengue, Zika, chikungunya e febre amarela. Desenvolvido pela parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o World Mosquito Program (WMP Brasil), o método utiliza mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, incapazes de transmitir os vírus dessas doenças.
A bactéria Wolbachia, presente naturalmente em 60% dos insetos, é introduzida no Aedes aegypti, que ao se reproduzir com mosquitos locais, cria uma população que não transmite arboviroses. Segundo especialistas, a Wolbachia é inofensiva para humanos e outros mamíferos, já que se restringe exclusivamente aos insetos.
Atualmente, Natal está na fase de Engajamento Comunitário, que antecede a liberação dos Wolbitos (mosquitos com Wolbachia). Essa etapa foca na educação e mobilização da população. Representantes da WMP Brasil, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e agentes de combate às endemias têm visitado unidades de saúde e escolas em toda a cidade para divulgar informações sobre o método.
“Uma pesquisa apontou que 78,9% da população natalense não conhecia o método Wolbachia. Nossa meta é informar as pessoas sobre essa metodologia para que compreendam como ela será implementada e como ajudará a combater as arboviroses em Natal”, destacou Jan Pierre Araújo, chefe da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ).
A próxima etapa será a liberação dos Wolbitos, prevista para 2025. O município contará com uma Biofábrica de Wolbachia no bairro Felipe Camarão, que produzirá os mosquitos necessários para a implementação do projeto.
Essa iniciativa coloca Natal na vanguarda do combate às arboviroses, promovendo uma abordagem sustentável e inovadora que pode transformar a saúde pública da cidade.
