Uma pesquisa realizada pela ImpulsoGov e compartilhada com o Ministério da Saúde revelou que profissionais de saúde pública estão priorizando temas como doenças infecciosas silenciosas, saúde de pessoas em vulnerabilidade social e saúde mental como indicadores de desempenho na Atenção Primária à Saúde (APS). Essas áreas emergentes, segundo os especialistas, necessitam de maior atenção no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente em um contexto de transição de modelos de financiamento e monitoramento. O levantamento, que incluiu 3.262 profissionais de 1.368 municípios, destacou doenças infecciosas como tuberculose e hanseníase (51,5%), saúde de populações vulneráveis (50,2%) e transtornos mentais (49,4%) como prioridades. Agentes comunitários de saúde, que desempenham papel crucial no contato diário com a população, deram especial ênfase à saúde mental, refletindo a urgência de ampliação das políticas nessa área. O diretor-executivo da ImpulsoGov, João Abreu, ressaltou a importância de alinhar estratégias de financiamento com as necessidades percebidas por esses profissionais. A pesquisa também revelou que a saúde de pessoas com deficiência e a saúde do homem foram áreas menos destacadas, recebendo apenas 15% e 14,4% das preferências, respectivamente, evidenciando desafios culturais e estruturais.

Nesta semana, o Ministério da Saúde lançou novos painéis digitais para monitorar a situação epidemiológica das leishmanioses no Brasil, abrangendo tanto a forma visceral quanto a tegumentar. A ferramenta permite acompanhar em tempo real o número de casos, óbitos e taxas de letalidade em diferentes estados. Em 2023, o Brasil registrou cerca de 13 mil casos de leishmaniose tegumentar, com maior incidência na Região Norte, especialmente nos estados do Pará e Amazonas. A leishmaniose visceral, que é mais grave e potencialmente fatal, apresentou uma média de 2 mil casos anuais, com surtos localizados principalmente nas regiões Norte e Nordeste. A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, Alda Maria, destacou a importância dos novos painéis para uma avaliação mais precisa das tendências e da eficácia das intervenções. O coordenador-geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial, Francisco Edilson, ressaltou que o novo Plano de Ação para o período de 2025 a 2030 visa fortalecer as estratégias de controle, baseando-se em dados sólidos e promovendo uma abordagem integrada. As leishmanioses continuam representando um desafio significativo para a saúde pública, exigindo respostas coordenadas e eficazes. O lançamento dos painéis ocorreu durante um evento na Fiocruz, que também discutiu o plano de ação para o fortalecimento da vigilância e controle dessas doenças.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) documentou pelo menos 1.520 ataques a instalações de saúde em zonas de conflito ao longo de 2023. Estes ataques resultaram na morte de cerca de 750 pacientes e profissionais de saúde, além de mais de 1.250 feridos. “Precisamos impedir que isso se torne a regra”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em seu perfil na rede social X. A OMS enfatiza que tais ataques “privam as pessoas de cuidados urgentemente necessários, colocam em perigo prestadores de serviços e prejudicam os sistemas de saúde”. A entidade apela para que profissionais de saúde possam trabalhar em ambientes seguros, livres de atos de violência. Ataques a cuidados de saúde são definidos pela OMS como qualquer ato de violência verbal ou física, obstrução ou ameaça que interfira na disponibilidade, acesso e prestação de serviços curativos e/ou preventivos durante emergências. Esses ataques podem variar desde violência com armas pesadas até ameaças psicossociais e intimidação.