NATAL
11 de julho de 2025 16:29

Economia

Nordeste ultrapassa Sul e se torna 2ª maior força de consumo do Brasil, aponta estudo; Natal é a 7ª capital da região com maior potencial

A região Nordeste superou a Sul e se tornou o segundo maior mercado consumidor do Brasil, com 18,6% de participação no consumo nacional. O dado, que aponta para um potencial de consumo de R$ 31,6 bilhões em Natal, faz parte do estudo IPC Maps 2025, divulgado na última quinta-feira (10). A capital potiguar ocupa a 7ª posição entre as cidades nordestinas com maior poder de compra. De acordo com Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing, responsável pelo estudo, a ascensão do Nordeste é explicada por dois fatores principais: as enchentes que prejudicaram a economia do Rio Grande do Sul em 2024 e o fortalecimento do turismo na região nordestina, impulsionado pelo dólar alto, que atrai tanto brasileiros quanto estrangeiros. O estudo aponta que, em Natal, os maiores gastos da população se concentram em habitação (R$ 5,65 bilhões anuais), veículos próprios (R$ 3,83 bilhões) e alimentação no domicílio (R$ 3,79 bilhões). No ranking estadual, o Rio Grande do Norte é o 19º do país, com um potencial de consumo de R$ 101,8 bilhões. Parnamirim e Mossoró vêm logo atrás de Natal como as cidades com maior poder de compra no estado. Apesar dos números positivos, o presidente da Fecomércio-RN, Marcelo Queiroz, faz um alerta. Segundo ele, embora o estado tenha tido um forte crescimento em 2024, o Rio Grande do Norte “vem perdendo fôlego no 2º trimestre” de 2025. “O alto endividamento das famílias potiguares, aliado ao aumento da carga tributária estadual, tem tirado poder de compra da população local”, avalia Queiroz, projetando um crescimento para o estado menor que a média brasileira.

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Tarifa de 50% dos EUA ameaça exportações de petróleo, sal, frutas e pescado do RN

O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros colocou a economia do Rio Grande do Norte em alerta máximo. Líderes dos principais setores de exportação do estado — como petróleo, pescado, sal e fruticultura — alertaram nesta quinta-feira (10) que a medida, se mantida, tornará as vendas para o mercado americano inviáveis, com risco de um “impacto devastador” na geração de empregos. A preocupação é agravada pelo fato de as exportações do RN para os EUA estarem em plena expansão, com um crescimento de 120% no primeiro semestre deste ano. Segundo a Fiern, as vendas de petróleo para o mercado americano, por exemplo, saltaram de US$ 4 milhões para US$ 24 milhões no período. O impacto é considerado ainda mais crítico para setores específicos. A exportação de atum, que é 100% destinada ao mercado americano, se tornaria inviável, segundo o sindicato da pesca (Sindipesca-RN). A indústria salineira, que exporta 25% de sua produção para os EUA, também vê como “impossível” continuar as vendas. Diante do cenário, há um apelo unificado por uma solução diplomática. Entidades locais como a Fiern e a Faern, e nacionais como a CNI e a CNA, manifestaram surpresa e preocupação e pediram que o Governo Federal intensifique as negociações com a gestão de Donald Trump para reverter a tarifa. O economista Helder Cavalcanti avalia que a medida tem um fundo mais político do que econômico e que suas consequências podem ser a alta do dólar e da inflação no Brasil. A Fecomércio-RN alertou que isso pode forçar o Banco Central a manter a taxa de juros elevada por mais tempo, prejudicando o crédito e os investimentos.

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Café, pão e margarina lideram altas e encarecem o café da manhã do natalense no primeiro semestre

O café da manhã do natalense ficou mais caro na primeira metade de 2025. Itens essenciais como o pó de café, a margarina e o pão francês registraram os maiores aumentos de preço entre janeiro e junho, segundo pesquisa do Procon Natal. O café em pó foi o grande vilão, com uma alta acumulada de 20,53%. Os dados do instituto, que monitora 40 produtos da cesta básica, mostram que a margarina subiu 10,93% e o pão francês, 2,15% no semestre. A cesta básica completa pesquisada pelo Procon acumulou uma alta de 5,48% no período. A pressão dos preços é sentida por comerciantes e consumidores. “Nunca vi as coisas altas como estamos vendo agora”, lamenta Cleide Gomes, de 74 anos, dona de um restaurante na capital. Segundo o economista Helder Cavalcanti, a alta é reflexo de um cenário amplo. “Temos a influência de elevação do dólar e as questões da sazonalidade, como o café, por exemplo. Estamos atravessando uma entressafra”, explica, citando que problemas climáticos afetaram a produção global e elevaram os preços. A diretora do Procon Natal, Dina Pérez, acrescenta à lista os custos logísticos e os reajustes tributários recentes. Outro levantamento, do Dieese, que analisa uma cesta menor de 12 produtos, também aponta o café como o item de maior alta (55,12% no ano). No entanto, por sua metodologia, mostra uma alta acumulada menor para a cesta, de 3,18% no semestre, e aponta que Natal teve a quarta cesta básica mais barata entre as capitais em junho.

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Governo do RN libera R$ 475 mil em emendas parlamentares para a saúde de 3 cidades do interior

O Governo do Rio Grande do Norte autorizou, nesta quarta-feira (2), o repasse de R$ 475 mil em emendas parlamentares para os municípios de João Câmara, São Vicente e Senador Eloi de Souza. Os valores, publicados no Diário Oficial do Estado (DOE), serão destinados ao custeio de ações e serviços na área da saúde. O dinheiro será transferido em parcela única, diretamente do Fundo Estadual de Saúde para os respectivos Fundos Municipais de Saúde. A cidade de João Câmara foi contemplada com o maior valor, totalizando R$ 300 mil. São Vicente receberá R$ 100 mil (divididos em duas emendas de R$ 60 mil e R$ 40 mil), e Senador Eloi de Souza foi beneficiado com R$ 75 mil. As emendas parlamentares são um instrumento pelo qual os deputados estaduais podem alocar parte do orçamento do Estado para atender a demandas específicas de suas bases eleitorais e municípios, neste caso, fortalecendo a assistência à saúde da população local. De acordo com as portarias, as prefeituras beneficiadas deverão realizar a prestação de contas sobre a aplicação dos recursos por meio do Relatório Anual de Gestão (RAG), garantindo a transparência no uso do dinheiro público.

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Governo promete gasolina R$ 0,11 mais barata com mais etanol; setor de postos contesta

A decisão do governo federal de aumentar a mistura obrigatória de etanol na gasolina de 27% para 30%, a partir de 1º de agosto, gerou um debate sobre seus reais benefícios para o consumidor no Rio Grande do Norte. Enquanto o Ministério de Minas e Energia (MME) projeta uma queda de R$ 0,11 no preço do litro, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos/RN) é cético. Segundo o presidente do Sindipostos/RN, Maxwell Flor, a estimativa da Federação Nacional (Fecombustíveis) aponta para uma redução de apenas R$ 0,02, valor que dificilmente seria repassado ao consumidor final. “Além disso, se levar em consideração que o etanol consome mais, o motorista não vai conseguir economizar, porque o carro vai fazer menos quilômetros por litro. Na prática, a medida não é boa para o consumidor”, pontua Flor. O economista Ricardo Valério acrescenta outra variável à equação: a concorrência com o açúcar. “A grande questão é que, muitas vezes, o produtor sofre a concorrência do açúcar. Pode ser mais atrativo exportar açúcar do que produzir etanol”, analisa, o que poderia impactar a oferta do biocombustível e, consequentemente, seu preço. O governo, por sua vez, defende a medida como estratégica. O MME afirma que a mudança tornará o Brasil autossuficiente na produção de gasolina, economizando R$ 4 bilhões por ano em importações e gerando mais de 50 mil empregos. A mudança também afetará o diesel, com o aumento da mistura de biodiesel para 15%. Nesse caso, Maxwell Flor alerta que o combustível ficará ligeiramente mais caro e com qualidade inferior.

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Selic a 15%: Entidades do RN preveem estagnação da indústria, queda no consumo e alta da inadimplência

A recente decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros (Selic) para 15% ao ano acendeu um forte sinal de alerta no setor produtivo do Rio Grande do Norte. Representantes da indústria, do comércio e economistas locais preveem um cenário de dificuldades, com risco de estagnação econômica, retração no consumo e aumento da inadimplência. Para a Federação das Indústrias (Fiern), o principal impacto é a perda de competitividade. “O aumento compromete o desempenho industrial e tende a gerar uma estagnação na economia, desestimulando os investimentos e retraindo a geração de emprego e renda”, afirmou o presidente da entidade, Roberto Serquiz. Ele criticou a política monetária, dizendo que ela vai na “contramão” de programas de incentivo à indústria, como o Nova Indústria Brasil. No setor de comércio e serviços, a percepção é semelhante. O presidente da Fecomércio-RN, Marcelo Queiroz, explicou que os setores de bens duráveis, como veículos e eletroeletrônicos, são os mais afetados pelo encarecimento do crédito. Ele citou dados da CNC que mostram que o Índice de Consumo das Famílias (ICF) no RN está em queda pelo terceiro mês consecutivo, indicando pessimismo. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Natal) acrescenta uma preocupação com a inadimplência. Segundo o presidente José Lucena, o cenário de juros altos já se reflete nos números, com 37,8% das famílias natalenses com dívidas em atraso. “O consumidor endividado prioriza despesas básicas, e o lojista sofre com o aumento da inadimplência”, ressaltou. O economista Thales Penha resume o mecanismo: “Sempre que o Banco Central eleva a taxa de juros, ele olha para a inflação. Setores que precisam de investimento ou capital de giro vão sentir um efeito, porque o custo de captação vai ficar muito mais elevado”, explicou, prevendo um desaquecimento geral da economia.

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