NATAL
14 de julho de 2025 05:58

Economia

Copom interrompe ciclo de alta da Selic, mas alerta que pode voltar a subir juros para conter inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinalizou uma interrupção no ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, mas manteve um tom duro e a porta aberta para futuras elevações. De acordo com a ata da 271ª reunião, divulgada nesta terça-feira (24), o colegiado pretende fazer uma pausa para “examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado” antes de decidir os próximos passos. A decisão de pausar o aperto monetário, no entanto, não significa um relaxamento da política. O documento reforça que o Comitê “seguirá vigilante” e “não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”. A principal justificativa para a cautela é que a economia brasileira “ainda apresenta resiliência”, o que, na visão do Banco Central, “dificulta a convergência da inflação à meta e requer maior aperto monetário”. O Copom aposta que os efeitos das altas de juros já promovidas ainda serão sentidos de forma mais intensa nos próximos trimestres, o que deve ajudar a frear a demanda e, consequentemente, a inflação. O mercado financeiro parece ter entendido o recado. A edição mais recente do Boletim Focus, que compila as expectativas de analistas, aponta que a Selic deve permanecer no patamar atual até dezembro deste ano, com um primeiro corte de apenas 0,25 ponto percentual sendo esperado somente no início de 2026. A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar o IPCA, o índice de inflação oficial do país. Ao elevar os juros, o BC encarece o crédito e desestimula o consumo, ajudando a conter a alta dos preços.

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Frota de carros 100% elétricos no RN cresce mais de 600% em três anos; incentivo no IPVA impulsiona vendas

A frota de veículos 100% elétricos no Rio Grande do Norte experimentou um crescimento exponencial, saltando de 427 unidades em 2022 para 3.017 em junho de 2025, um aumento de 607%. Os dados, do Detran-RN, mostram que a expansão foi impulsionada por incentivos fiscais, principalmente a redução da alíquota do IPVA. Neste ano, proprietários de carros elétricos no estado pagam apenas 0,5% de IPVA, um valor seis vezes menor que os 3% cobrados para veículos a combustão. A frota de carros híbridos também avançou 216% no mesmo período, chegando a 2.891 unidades. Juntas, as duas categorias sustentáveis somam quase 6 mil veículos no RN. A capital, Natal, concentra mais da metade dessa frota, com 52,5% dos elétricos e 57,5% dos híbridos. Especialistas atribuem essa concentração à maior disponibilidade de pontos de recarga e à renda média mais elevada da população natalense, já que os carros elétricos ainda são, em média, de 30% a 40% mais caros que modelos similares a combustão. O incentivo fiscal, no entanto, será gradual. A alíquota do IPVA para elétricos subirá para 1% em 2026 e se estabilizará em 1,5% a partir de 2027. Mesmo assim, a expectativa do Detran-RN é otimista. “Os números refletem tanto a preocupação ambiental quanto a economia a longo prazo”, afirmou o diretor do órgão, citando a redução de até 80% nos custos com combustível. A projeção é que a frota sustentável do estado dobre até 2027, com a chegada de novos modelos a preços mais acessíveis ao mercado.

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Bancos liberam Pix Automático para contas recorrentes; saiba como funciona a nova ferramenta

As instituições financeiras de todo o Brasil liberaram, nesta semana, o acesso ao Pix Automático, a nova ferramenta do Banco Central projetada para simplificar o pagamento de despesas recorrentes. A função permite que os clientes agendem débitos automáticos para contas de consumo (água, luz, telefone), mensalidades (escolas, academias) e serviços por assinatura (streaming, condomínio). Diferente do débito automático tradicional, a nova modalidade utiliza a tecnologia Pix, garantindo que o valor seja creditado na conta da empresa de forma instantânea. Para o consumidor, a principal vantagem é a centralização e o controle: a autorização para a série de pagamentos é feita uma única vez, diretamente pelo aplicativo do banco, onde é possível definir valores, datas e até mesmo o uso de limites de crédito, como o cheque especial. Segundo Anailson Gomes, presidente do Conselho Regional de Contabilidade do RN (CRC-RN), o Pix Automático é uma alternativa segura e moderna. “O pagador autoriza o pagamento das diversas parcelas de uma única vez e define os valores e as datas dos débitos. Para a empresa, a vantagem está na liquidez imediata, diferente do cartão de crédito”, explica. A segurança foi uma prioridade no desenvolvimento da ferramenta. O Banco Central estabeleceu regras rígidas para as empresas que desejam oferecer essa forma de cobrança, incluindo a verificação de dados cadastrais e a exigência de que a empresa esteja em atividade há pelo menos seis meses, uma medida para coibir fraudes. Os clientes também serão notificados antes de cada débito e podem cancelar a autorização a qualquer momento. A expectativa é que a nova funcionalidade impulsione a inclusão financeira, sendo uma alternativa para quem não possui cartão de crédito, e contribua para a redução da inadimplência.

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ANP leiloa hoje blocos de petróleo na Bacia Potiguar com previsão de investimento de R$ 4,6 bilhões

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza, na manhã desta terça-feira (17), a sessão pública de um leilão que pode garantir investimentos de até R$ 4,6 bilhões para a exploração de petróleo e gás na Bacia Potiguar. O evento, que começa às 10h, ofertará 17 blocos em alto-mar localizados entre as costas do Rio Grande do Norte e do Ceará. Esses blocos fazem parte da chamada Margem Equatorial, uma vasta área considerada a nova grande fronteira exploratória do Brasil. Estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que a região pode conter reservas de até 10 bilhões de barris, volume considerado essencial para garantir a autossuficiência energética do país nas próximas décadas. De acordo com o edital da ANP, as empresas vencedoras terão um compromisso mínimo de investimento de R$ 489 milhões para a fase inicial de exploração, que terá duração de sete anos. A expectativa de arrecadação do governo com os bônus de assinatura é de aproximadamente R$ 59,8 milhões. Apesar do alto potencial, as áreas da Bacia Potiguar são classificadas como de “Nova Fronteira”, ou seja, estão em estágio inicial de pesquisa e ainda não possuem infraestrutura. Por isso, segundo o Ministério de Minas e Energia, ainda não é possível estimar o impacto potencial na produção de petróleo do Estado. O leilão tem despertado o interesse do mercado: 12 empresas já apresentaram declarações de interesse e garantias de oferta, e 31 estão inscritas e aptas a participar. A sessão será transmitida ao vivo pelo canal da ANP no YouTube.

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Vendas no varejo caem 0,4% em abril e interrompem sequência de três meses de alta, diz IBGE

O volume de vendas do comércio varejista no Brasil registrou uma queda de 0,4% em abril na comparação com março, interrompendo uma sequência de três meses consecutivos de crescimento. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). Apesar do recuo mensal, o cenário geral do setor permanece positivo. Na comparação com abril de 2024, as vendas apresentaram uma alta expressiva de 4,8%. Além disso, o varejo acumula um crescimento de 2,1% no ano e de 3,4% nos últimos 12 meses. A queda de abril foi influenciada principalmente por quatro dos oito setores pesquisados, com destaque para combustíveis e lubrificantes (-1,7%) e equipamentos de escritório, informática e comunicação (-1,3%). Por outro lado, setores como livrarias e papelarias (+1,6%) e tecidos, vestuário e calçados (+0,6%) registraram crescimento. O chamado varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e materiais de construção, sentiu uma queda ainda mais intensa no mês, de -1,9%. O recuo foi puxado principalmente pela atividade de veículos, motos, partes e peças, que caiu 2,2%. No entanto, na comparação com o ano anterior, o setor ampliado também mostra crescimento, de 0,8%. Segundo o IBGE, o resultado de abril sugere uma acomodação do ritmo de consumo após um primeiro trimestre forte, e não necessariamente uma reversão da tendência de crescimento observada nos últimos meses.

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Royalties do petróleo no RN crescem 26% no 1º trimestre, apesar da queda na produção

O Rio Grande do Norte e seus municípios receberam R$ 173,9 milhões em royalties de petróleo e gás no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 26,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O crescimento na arrecadação, no entanto, ocorre em um cenário de queda na produção de petróleo tanto em terra (-1,04%) quanto no mar (-36,59%). A aparente contradição é explicada por três fatores principais: a valorização do preço do barril de petróleo no mercado internacional, a alta do dólar frente ao real, e uma situação jurídica específica do município de Grossos. A cidade, que saltou da 23ª para a 1ª posição no ranking de arrecadação, recebeu R$ 18,6 milhões referentes a um acordo judicial para o pagamento de royalties não repassados entre 2008 e 2013. Junto com Grossos, os municípios de Alto do Rodrigues (R$ 15,7 milhões) e Serra do Mel (R$ 14,6 milhões) foram os mais beneficiados, concentrando 46% do valor total de R$ 106,7 milhões destinados às 98 cidades potiguares. O governo do Estado ficou com R$ 67,2 milhões. Segundo o presidente da Femurn, Anteomar Pereira (Babá), a conjuntura econômica favorável foi crucial para o aumento geral dos valores. A Prefeitura de Grossos informou que os recursos da compensação estão sendo investidos em obras de infraestrutura e habitação, através do programa ‘Acelera Grossos’. Para Sílvio Torquato, secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, os repasses ajudam a reabilitar setores da economia local. “No estado, ganham áreas como infraestrutura e segurança, para onde a destinação desses valores é efetuada”, pontuou. Apesar do fôlego financeiro, os dados de produção acendem um alerta sobre a necessidade de novos investimentos para reverter a tendência de queda na extração de petróleo no estado.

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