
Copom interrompe ciclo de alta da Selic, mas alerta que pode voltar a subir juros para conter inflação
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinalizou uma interrupção no ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, mas manteve um tom duro e a porta aberta para futuras elevações. De acordo com a ata da 271ª reunião, divulgada nesta terça-feira (24), o colegiado pretende fazer uma pausa para “examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado” antes de decidir os próximos passos. A decisão de pausar o aperto monetário, no entanto, não significa um relaxamento da política. O documento reforça que o Comitê “seguirá vigilante” e “não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”. A principal justificativa para a cautela é que a economia brasileira “ainda apresenta resiliência”, o que, na visão do Banco Central, “dificulta a convergência da inflação à meta e requer maior aperto monetário”. O Copom aposta que os efeitos das altas de juros já promovidas ainda serão sentidos de forma mais intensa nos próximos trimestres, o que deve ajudar a frear a demanda e, consequentemente, a inflação. O mercado financeiro parece ter entendido o recado. A edição mais recente do Boletim Focus, que compila as expectativas de analistas, aponta que a Selic deve permanecer no patamar atual até dezembro deste ano, com um primeiro corte de apenas 0,25 ponto percentual sendo esperado somente no início de 2026. A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar o IPCA, o índice de inflação oficial do país. Ao elevar os juros, o BC encarece o crédito e desestimula o consumo, ajudando a conter a alta dos preços.