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24 de junho de 2025 11:04

Mundo

Trump diz que Irã e Israel violaram cessar-fogo; Israel anuncia novos ataques e Irã nega

O frágil cessar-fogo entre Irã e Israel, mediado e anunciado pelos Estados Unidos na noite de segunda-feira (23), parece estar em colapso nesta terça (24). O presidente americano, Donald Trump, acusou ambos os lados de violarem a trégua, enquanto o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou ter ordenado novos ataques a Teerã em resposta a supostos disparos de mísseis iranianos. O Irã nega ter realizado qualquer ataque. A situação se desenrolou em meio a uma série de declarações conflitantes de Trump. Pela manhã, antes de embarcar para uma cúpula da OTAN, ele disse a repórteres que “não estava feliz” com nenhum dos lados, especialmente com Israel, por ter “desistido” do acordo logo no início. Pouco depois, no entanto, em sua rede social Truth Social, o presidente americano tentou acalmar a situação. “Ninguém se machucará, o cessar-fogo está em vigor!”, publicou. Contudo, logo em seguida, fez um alerta direto em outra postagem: “Israel. Não jogue essas bombas. Se fizer isso, será uma violação grave”. O governo de Israel justifica sua nova ofensiva como uma resposta a uma “violação flagrante” do Irã. Por sua vez, o governo iraniano nega veementemente ter lançado mísseis e acusa Israel de ter continuado seus ataques por uma hora e meia após o início previsto para o cessar-fogo. Em meio às acusações mútuas e às mensagens contraditórias da Casa Branca, a situação no Oriente Médio permanece extremamente volátil, com o risco de uma escalada militar aumentando a cada hora.

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Irã ataca bases dos EUA no Catar e no Iraque em retaliação a bombardeio americano

O Irã lançou, nesta segunda-feira (23), um ataque com múltiplos mísseis contra bases militares dos Estados Unidos no Catar e no Iraque, em uma escalada de tensão sem precedentes na região. A ação, confirmada tanto pela Casa Branca quanto pelo governo iraniano, é uma retaliação direta à “Operação Martelo da Meia-Noite”, uma ofensiva militar americana que atingiu instalações nucleares iranianas no último sábado (21). O principal alvo foi a base aérea de Al-Udeid, no Catar, que recebeu seis mísseis. Este local é a maior e mais importante instalação militar dos EUA em todo o Oriente Médio, servindo como centro de comando para operações aéreas. Atacá-la diretamente representa uma escalada muito mais significativa do que as retaliações iranianas anteriores. Outro míssil foi direcionado à base de Ain al-Asad, no Iraque. O ataque ocorre após dias de alta tensão, com a inteligência americana já relatando uma ameaça “iminente” contra a base no Catar. Imagens de satélite indicavam que os EUA já haviam retirado aeronaves de pátios abertos, em um sinal de que se preparavam para o impacto. A operação americana no sábado, que serviu de estopim, utilizou bombardeiros e mísseis de penetração para atingir os complexos nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, havia parabenizado o presidente Donald Trump pela ação, afirmando que ela “mudaria a história”. O presidente Trump deve convocar seus conselheiros de segurança nacional nas próximas horas para decidir a resposta dos Estados Unidos. A comunidade internacional aguarda com apreensão os próximos passos, diante do risco de um conflito aberto.

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Reino Unido e aliados sancionam ministros de Israel por ‘incitação à violência’ na Palestina

O Reino Unido, em uma ação coordenada com Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega, anunciou nesta terça-feira (10) a imposição de sanções contra dois ministros de extrema-direita do governo de Israel: Itamar Ben-Gvir, da Segurança Nacional, e Bezalel Smotrich, das Finanças. Em um comunicado conjunto, os cinco países acusam os ministros de “incitação à violência extrema” e de promover “graves violações dos direitos humanos palestinos”. A decisão proíbe os dois de viajarem para os países signatários e determina o congelamento de parte de seus ativos. Os chanceleres classificaram como “terríveis e perigosos” os comentários de Ben-Gvir e Smotrich, que defendem abertamente o deslocamento forçado de palestinos de Gaza e a expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia. “Estamos firmemente comprometidos com a solução de dois Estados”, afirmaram, destacando que a violência extremista dos colonos ameaça a estabilidade na região. A reação de Israel foi imediata. O ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, considerou a medida “ultrajante” e anunciou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu convocará uma reunião especial do governo para decidir uma resposta. O próprio Smotrich reagiu com “desprezo” à decisão, prometendo continuar a construção de assentamentos “para que o Reino Unido não nos impeça de estabelecer o berço de nossa pátria”. As sanções representam um aumento significativo da pressão de nações ocidentais sobre os elementos mais radicais do governo de Israel.

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‘Batalha difícil’: Elon Musk deixa governo Trump após 130 dias e críticas à burocracia

O bilionário Elon Musk está oficialmente fora do governo Trump. Após liderar uma campanha agressiva de cortes e reestruturação administrativa, o CEO da Tesla e da SpaceX anunciou seu desligamento do cargo de funcionário especial do Departamento de Eficiência Governamental (Doge). A saída, confirmada por autoridades da Casa Branca na quarta-feira (28), marca o fim de um mandato tumultuado que durou pouco mais de quatro meses. “Seu desligamento começará hoje à noite”, disse uma fonte da Casa Branca à Reuters. Musk, por sua vez, publicou uma mensagem de agradecimento ao ex-presidente Donald Trump em sua plataforma de mídia social X, encerrando oficialmente sua atuação no governo. Embora não tenha ocorrido uma conversa formal com Trump, interlocutores próximos disseram que a decisão foi tomada em “nível sênior” da equipe presidencial. A saída veio um dia após Musk criticar publicamente o novo pacote tributário proposto por Trump, que considerou “caro demais” e incompatível com os objetivos do Doge. As declarações irritaram membros do alto escalão, como o vice-chefe de gabinete, Stephen Miller, forçando a Casa Branca a reforçar o apoio ao projeto junto a senadores republicanos. O bilionário entrou no governo com grande visibilidade e discurso de rompimento com a burocracia. Em fevereiro, durante a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), chegou a exibir uma motosserra vermelha metálica em palco, que chamou de “motosserra da burocracia”. Na campanha, prometeu cortar US$ 2 trilhões dos gastos federais. Até agora, o Doge estima ter economizado cerca de US$ 175 bilhões — valor não verificado de forma independente. Musk também acumulou polêmicas ao criticar abertamente servidores públicos e defender o fim do teletrabalho, dizendo que isso provocaria “uma onda de demissões em massa voluntárias que nós saudamos”. Com o tempo, porém, ministros e secretários passaram a resistir às imposições de Musk, após Trump reforçar que decisões sobre pessoal cabiam aos titulares das pastas. O empresário entrou em conflito com nomes importantes do gabinete, como Marco Rubio (Estado), Sean Duffy (Transportes) e Scott Bessent (Tesouro). Chamou o assessor comercial Peter Navarro de “idiota” e “mais burro do que um saco de tijolos” — ao que Navarro respondeu: “Já me chamaram de coisas piores”. Frustrado com a falta de apoio interno, Musk já havia sinalizado que reduziria seu envolvimento com o governo. Em teleconferência com acionistas da Tesla em abril, indicou que voltaria a focar nos negócios. Ao Washington Post, disse: “A situação da burocracia federal é muito pior do que eu imaginava. Tentar melhorar as coisas é uma batalha difícil, para dizer o mínimo.” O mandato de Musk estava previsto para expirar no fim de maio. A Casa Branca afirmou que os esforços do Doge continuarão, mesmo após sua saída.

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Papa Leão XIV recebe vice-americano JD Vance e secretário Rubio no Vaticano

O papa Leão XIV encontrou‑se nesta segunda‑feira (19) com o vice‑presidente dos Estados Unidos, JD Vance, e com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, no Vaticano. Ambos participaram, no domingo, da missa que inaugurou o pontificado do primeiro papa nascido nos EUA. Segundo a Santa Sé, o encontro girou em torno da cooperação entre Igreja e Estado, da liberdade religiosa e de “assuntos internacionais atuais”. Durante a conversa, as partes enfatizaram o respeito ao direito humanitário em zonas de conflito e a importância de soluções negociadas para crises mundiais, além de reforçarem a defesa dos direitos humanos. Antes de assumir o papado, Leão XIV havia criticado publicamente, em redes sociais, algumas políticas de Vance e do governo Trump, sobretudo nas áreas de imigração. O tema voltou a ser abordado em seus primeiros discursos, ao defender acolhimento e dignidade aos migrantes. No domingo, o pontífice também recebeu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que, por sua vez, conversou com Vance e Rubio em audiências separadas.      

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Netanyahu anuncia controle total de Gaza e defende ofensiva “até o fim”

O primeiro‑ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em publicação no Telegram que as Forças Armadas israelenses “tomarão o controle de toda” a Faixa de Gaza, onde já exercem domínio sobre mais da metade do território. Segundo Netanyahu, os combates “são intensos e estamos progredindo”, e prosseguirão “de uma forma que não possa ser impedida”. Ele ressaltou, porém, que Israel deve evitar levar a população à fome, tanto por “razões práticas como diplomáticas”, e voltou a cobrar do Hamas a libertação imediata dos reféns. Na esteira da escalada terrestre, Israel autorizou neste domingo (18) a entrada de ajuda humanitária em Gaza, sob forte pressão de seus aliados, num gesto destinado a atenuar críticas internacionais. A ofensiva se mantém sem trégua: em encontro com combatentes publicados em vídeo oficial, Netanyahu reforçou que, após a libertação do último refém de dupla cidadania israelense‑americana, as tropas penetrarão “com força total” em toda a região até alcançar “a destruição do Hamas” e a libertação dos demais capturados. Paralelamente, o ex‑presidente dos EUA Donald Trump declarou no Catar que os Estados Unidos deveriam “tomar” Gaza ao fim da guerra para transformá‑la em uma “zona de liberdade” — ideia que já defendia anteriormente, propondo inclusive realocar a população palestina em “comunidades mais seguras, bonitas e modernas” e desenvolver ali “um dos maiores empreendimentos da Terra”. Tais declarações, bem como o endurecimento israelense, têm esfriado as iniciativas internacionais de cessar‑fogo e estendido o impasse humanitário no enclave.      

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