Em abril de 2024, o governo central do Brasil registrou um superávit primário de R$ 11,082 bilhões, conforme dados do Tesouro Nacional. Esse resultado contribuiu para um saldo positivo de R$ 30,6 bilhões no primeiro quadrimestre do ano. No entanto, o superávit de abril foi o menor desde 2020 e ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa um superávit de R$ 12,6 bilhões.
As receitas tiveram um aumento real de 7,8% em relação ao ano anterior, enquanto as despesas cresceram 12,4% em abril. Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, atribuiu o aumento das despesas ao pagamento de precatórios e à antecipação do 13.º salário devido a desastres climáticos no Rio Grande do Sul. O déficit da Previdência Social também contribuiu significativamente para o aumento das despesas.
Analistas destacam que o ritmo acelerado das despesas, especialmente previdenciárias, complica a consolidação fiscal, apesar do aumento das receitas. A Tendências Consultoria revisou a projeção de déficit para o governo central em 2024 para R$ 85,8 bilhões, ou 0,8% do PIB, devido aos fortes resultados de arrecadação.
No acumulado de 12 meses até abril, o governo central apresenta um déficit de R$ 253,4 bilhões, equivalente a 2,23% do PIB. Para 2024, o governo busca um resultado primário neutro e um limite de despesas de R$ 2,089 trilhões. O Ministério do Planejamento e Orçamento estima um déficit de R$ 14,5 bilhões, ou 0,1% do PIB, para o ano.
