A produção industrial brasileira registrou queda de 0,2% em outubro na comparação com setembro, conforme a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. Apesar do resultado negativo, a retração foi concentrada em apenas seis dos 25 setores analisados, com destaque para o recuo de 2% em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, após avanço de 4,7% no mês anterior.
O setor de bebidas (-1,1%) e as indústrias extrativas (-0,2%) também tiveram quedas significativas. Por outro lado, o ramo de veículos automotores apresentou o maior impacto positivo, com alta de 7,1%, consolidando dois meses consecutivos de crescimento.
Outros setores que se destacaram foram vestuário e acessórios (14,1%), produtos químicos (2,8%) e metalurgia (2,1%). A produção de máquinas, aparelhos e materiais elétricos cresceu 5,4%, enquanto produtos alimentícios registraram avanço de 0,5%.
Na comparação com outubro de 2023, a produção industrial cresceu 5,8%, impulsionada por 21 dos 25 setores pesquisados. A indústria de veículos automotores apresentou a maior alta no período, com crescimento de 29,9%, seguida por máquinas, aparelhos e materiais elétricos (20,2%) e vestuário e acessórios (17,0%).
Apenas quatro setores registraram retração anual, sendo a maior delas nas indústrias extrativas (-2,0%), afetadas pela menor extração de óleos brutos de petróleo.
O índice de difusão — que mede a proporção de produtos com aumento de produção — subiu para 67,7%, segundo maior nível desde o início da série histórica em janeiro de 2023. “A melhora na difusão da produção indica um movimento de recuperação mais amplo e consistente na indústria nacional”, avaliou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.
Ainda segundo Macedo, a alta de 5,8% em relação a outubro de 2023 foi influenciada pelo maior número de dias úteis em 2024. “O mês teve dois dias úteis a mais, o que contribuiu para o desempenho positivo na comparação anual”, destacou.
O cenário reforça o dinamismo em setores estratégicos, mas evidencia a necessidade de atenção para áreas ainda em retração, como as indústrias extrativas. A consolidação de uma trajetória de recuperação depende de estímulos à produção e à competitividade no mercado interno e externo.


