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Tarifa de 50% dos EUA ameaça exportações de petróleo, sal, frutas e pescado do RN

Setor produtivo potiguar vê risco de "impacto devastador" em empregos caso a medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, entre em vigor em agosto. Entidades fazem apelo por uma solução diplomática.

O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros colocou a economia do Rio Grande do Norte em alerta máximo. Líderes dos principais setores de exportação do estado — como petróleo, pescado, sal e fruticultura — alertaram nesta quinta-feira (10) que a medida, se mantida, tornará as vendas para o mercado americano inviáveis, com risco de um “impacto devastador” na geração de empregos.

A preocupação é agravada pelo fato de as exportações do RN para os EUA estarem em plena expansão, com um crescimento de 120% no primeiro semestre deste ano. Segundo a Fiern, as vendas de petróleo para o mercado americano, por exemplo, saltaram de US$ 4 milhões para US$ 24 milhões no período.

O impacto é considerado ainda mais crítico para setores específicos. A exportação de atum, que é 100% destinada ao mercado americano, se tornaria inviável, segundo o sindicato da pesca (Sindipesca-RN). A indústria salineira, que exporta 25% de sua produção para os EUA, também vê como “impossível” continuar as vendas.

Diante do cenário, há um apelo unificado por uma solução diplomática. Entidades locais como a Fiern e a Faern, e nacionais como a CNI e a CNA, manifestaram surpresa e preocupação e pediram que o Governo Federal intensifique as negociações com a gestão de Donald Trump para reverter a tarifa.

O economista Helder Cavalcanti avalia que a medida tem um fundo mais político do que econômico e que suas consequências podem ser a alta do dólar e da inflação no Brasil. A Fecomércio-RN alertou que isso pode forçar o Banco Central a manter a taxa de juros elevada por mais tempo, prejudicando o crédito e os investimentos.

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