O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros colocou a economia do Rio Grande do Norte em alerta máximo. Líderes dos principais setores de exportação do estado — como petróleo, pescado, sal e fruticultura — alertaram nesta quinta-feira (10) que a medida, se mantida, tornará as vendas para o mercado americano inviáveis, com risco de um “impacto devastador” na geração de empregos.
A preocupação é agravada pelo fato de as exportações do RN para os EUA estarem em plena expansão, com um crescimento de 120% no primeiro semestre deste ano. Segundo a Fiern, as vendas de petróleo para o mercado americano, por exemplo, saltaram de US$ 4 milhões para US$ 24 milhões no período.
O impacto é considerado ainda mais crítico para setores específicos. A exportação de atum, que é 100% destinada ao mercado americano, se tornaria inviável, segundo o sindicato da pesca (Sindipesca-RN). A indústria salineira, que exporta 25% de sua produção para os EUA, também vê como “impossível” continuar as vendas.
Diante do cenário, há um apelo unificado por uma solução diplomática. Entidades locais como a Fiern e a Faern, e nacionais como a CNI e a CNA, manifestaram surpresa e preocupação e pediram que o Governo Federal intensifique as negociações com a gestão de Donald Trump para reverter a tarifa.
O economista Helder Cavalcanti avalia que a medida tem um fundo mais político do que econômico e que suas consequências podem ser a alta do dólar e da inflação no Brasil. A Fecomércio-RN alertou que isso pode forçar o Banco Central a manter a taxa de juros elevada por mais tempo, prejudicando o crédito e os investimentos.
