Uma nova pesquisa do IBGE (PNAD Contínua 2024) revelou um retrato de dois lados da educação no Rio Grande do Norte. O estado alcançou a maior média de anos de estudo do Nordeste, com 9,6 anos de escolaridade para a população acima de 15 anos, um avanço significativo em relação aos 7 anos registrados em 2019. Contudo, o RN ainda enfrenta o desafio de uma taxa de analfabetismo de 10,4%, quase o dobro da média brasileira (5,3%).
O avanço na escolaridade média é atribuído pela Secretaria de Estado da Educação (SEEC/RN) a programas como a flexibilização de matrículas e a criação de espaços de ensino não escolares, que levam as salas de aula para mais perto dos estudantes. A capital, Natal, se destaca positivamente, com uma média de 11,7 anos de estudo e uma taxa de analfabetismo de apenas 4,7%, melhor que o índice nacional.
No entanto, os dados sobre analfabetismo mostram profundas desigualdades no estado. A taxa é muito maior entre os homens (13,5%) do que entre as mulheres (7,7%) e atinge um patamar alarmante entre os idosos com mais de 60 anos, chegando a 27,8%. A disparidade racial também persiste, com 11,5% de analfabetismo entre pretos e pardos, contra 8,7% entre brancos.
Segundo a subcoordenadora da Educação de Jovens e Adultos da SEEC/RN, Liz Araújo, a diferença entre os bons números da capital e os desafios do estado se deve à dificuldade de alcançar a população em municípios do interior e zonas rurais.
Em resposta, tanto o estado quanto a prefeitura de Natal afirmaram estar desenvolvendo ações focadas na superação do analfabetismo. A Secretaria Municipal de Educação (SME) destacou o sucesso em zerar a fila por vagas em CMEIs e a criação de programas de alfabetização para jovens e adultos, como o “Aprendendo Mais”, como fatores que contribuem para os bons resultados da capital.