Uma crise institucional se instalou no ABC Futebol Clube. Um contrato firmado pela diretoria do presidente Eduardo Machado com uma incorporadora, envolvendo mais de 37 mil metros quadrados — o que representa 46% do valioso terreno do clube em Ponta Negra —, está sendo duramente contestado pelo Conselho Deliberativo e por um grupo de oito ex-presidentes.
Em ofício enviado à diretoria, os conselheiros e ex-presidentes exigem a suspensão imediata de qualquer efeito do contrato e o acesso a todos os documentos da negociação. O principal argumento é que qualquer transação envolvendo o patrimônio do clube precisa, por estatuto, da anuência do Conselho Deliberativo, o que, segundo eles, não ocorreu.
Outro ponto de forte contestação é o valor do terreno no acordo. A incorporadora avaliou o metro quadrado na Rota do Sol em R$ 700, totalizando R$ 25,9 milhões. No entanto, os conselheiros alegam que há uma subvalorização de pelo menos 50% nessa estimativa e solicitaram uma nova avaliação técnica independente.
O contrato tem validade de 180 dias desde 2 de junho. Caso a negociação não seja aprovada internamente pelo clube, o ABC terá que devolver R$ 1 milhão adiantado pela empresa, com correção monetária, além de restituir eventuais benfeitorias.