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Grupos rebeldes islâmicos tomam Aleppo e intensificam conflito na Síria

Foto: Reprodução

A guerra civil síria, que já dura mais de uma década, ganhou um novo capítulo neste fim de semana com a retomada de Aleppo, a segunda maior cidade do país, por grupos rebeldes islâmicos. A cidade, que abriga cerca de 2 milhões de habitantes, foi tomada pelos rebeldes que estão em combate contra o governo de Bashar Al-Assad. Em resposta, as forças aéreas síria e russa realizaram intensos bombardeios nas posições dos rebeldes, não apenas em Aleppo, mas também na província de Idlib, controlada por jihadistas.

A agência de notícias síria informou que as forças aéreas sírio-russas atacaram locais estratégicos, incluindo quartéis-generais e depósitos de armas dos rebeldes, resultando em várias baixas entre os combatentes. A ofensiva rebelde, iniciada em 27 de novembro, já causou a morte de mais de 300 pessoas, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Além disso, a invasão gerou uma fuga em massa de civis da cidade.

De acordo com a Presidência síria, Bashar Al-Assad afirmou que a vitória contra os rebeldes será possível com o apoio de seus aliados, destacando que o “terrorismo só entende a linguagem da força”, e que ele será erradicado com o uso dessa estratégia, independentemente do apoio externo.

Grupos jihadistas como o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), um braço da Al-Qaeda, desempenham papel central na ofensiva contra o governo sírio. Para a professora de Relações Internacionais, Rashmi Singh, a situação na Síria reflete o impacto das potências externas no conflito, com o Hezbollah e a Irã perdendo força após intervenções externas, como ataques de Israel.

A guerra civil na Síria, que já matou mais de 300 mil pessoas e forçou milhões ao exílio, é considerada uma guerra proxy, onde as grandes potências, como EUA, Rússia, e aliados do Oriente Médio, usam o território sírio para disputas de poder. O professor Mohammed Nadir, da UFABC, observa que o apoio dos EUA e aliados ocidentais aos grupos jihadistas se alinha à tentativa de enfraquecer o regime de Assad e de suas alianças com potências como a Rússia.

Apesar das vitórias recentes dos rebeldes, Nadir acredita que será muito difícil para eles manterem o controle de Aleppo, já que a reconquista será sangrenta, dado o valor estratégico e simbólico da cidade no contexto da guerra.

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