NATAL
14 de novembro de 2025 18:13

“Não estou à frente da presidência da Câmara para servir a projeto eleitoral de ninguém”, diz Motta

Presidente da Câmara afirma que não vai "servir a projeto de ninguém" e rechaça mais impostos sem corte de gastos, enquanto ministro da Fazenda troca acusações com oposição em audiência encerrada abruptamente. Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

A tensão entre o Congresso Nacional e o governo Lula sobre a pauta fiscal atingiu um novo pico nesta quarta-feira (11). Em um evento com empresários, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou um duro recado ao Planalto, afirmando que não aceitará aumento de impostos sem que o governo faça o “dever de casa” e corte gastos. No mesmo dia, uma audiência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na Câmara, foi encerrada em meio a um bate-boca generalizado.

“Não estou à frente da presidência da Câmara para servir a projeto eleitoral de ninguém”, declarou Motta, criticando as propostas de Haddad para compensar a perda de arrecadação do IOF, como a taxação de investimentos LCI e LCA. “Apresentar qualquer solução que venha trazer aumento de impostos sem o governo apresentar o mínimo de corte de gastos não será bem aceito”, completou.

O clima de confronto se materializou horas depois, em uma comissão na Câmara. Após ser questionado pelos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) sobre a “gastança” do governo, Haddad criticou a ausência dos parlamentares para ouvir sua réplica, chamando a atitude de “molecagem”.

A declaração incendiou a sessão. Jordy retornou e respondeu diretamente ao ministro: “Moleque é você por ter feito o maior déficit fiscal da história”. O bate-boca se intensificou, forçando o presidente da comissão a encerrar os trabalhos.

Os episódios refletem a profunda divergência sobre o rumo das contas públicas. Enquanto o governo busca novas receitas para fechar o orçamento, o comando do Congresso e a oposição exigem uma agenda de responsabilidade fiscal focada na redução de despesas, sinalizando um cenário de grandes dificuldades para a agenda econômica de Haddad no Legislativo.

Compartilhe nas redes sociais
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on telegram
Telegram
Share on twitter
Twitter
Share on facebook
Facebook