Os novos radares instalados na Avenida Felizardo Moura, em Natal, começaram a operar no último domingo (15), dois dias após um idoso morrer atropelado ao tentar atravessar a via. A ativação dos equipamentos faz parte do projeto de requalificação da avenida, mas, para pedestres e motoristas que a utilizam diariamente, a medida, embora necessária, não é suficiente para garantir a segurança de todos.
A Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) defende que os quatro conjuntos de radares, que fiscalizam o limite de 50 km/h, são cruciais para a segurança. “Um veículo que se desloca a 50 km/h tem uma distância de frenagem menor e consegue evitar acidentes”, afirmou o secretário adjunto, Newton Filho. Ele também argumenta que o controle de velocidade melhora a fluidez do trânsito, ao contrário do que o senso comum sugere.
No entanto, a população aponta falhas na estrutura para os pedestres. “A gente para poder passar para o outro lado precisa andar um quilômetro”, relata o serralheiro Josenilton Barbosa, que sugere a construção de uma passarela. A opinião é compartilhada pelo motorista de aplicativo Marcelo Costa. “Concordo que deve ter um radar, mas acho que poderia ter mesmo uma passarela porque ficaria mais seguro para o pedestre atravessar”, diz.
A STTU se diz aberta a estudar a implantação de novas faixas de pedestres, mas vê a construção de uma passarela como inviável. Newton Filho explica que a estrutura exigiria grandes áreas para as rampas de acesso, o que demandaria desapropriações em uma região sem espaços disponíveis. “A política de mobilidade é muito clara: a priorização do trânsito é do pedestre. Nós adotamos a via de faixa, adotamos equipamento e sinalização para dar segurança”, conclui, afirmando que a via está 100% sinalizada.