O Governo do Rio Grande do Norte intensificou os esforços para atrair investimentos em cabos submarinos de fibra óptica e data centers. Nesta quinta-feira (18), o vice-governador Walter Alves esteve em Brasília, onde apresentou ao ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, os projetos do estado para se tornar um novo polo de conectividade no Nordeste.
Atualmente, o RN não possui nenhuma dessas estruturas, enquanto o vizinho Ceará já se consolidou como um hub internacional, com 12 data centers em Fortaleza. A iniciativa potiguar visa aproveitar o grande excedente de energia limpa (eólica e solar) para atrair gigantes da tecnologia, que demandam grande volume de energia para suas operações de inteligência artificial e serviços em nuvem.
“O Rio Grande do Norte já fez o dever de casa e está preparado para receber esse tipo de investimento. Temos energia limpa e abundante, áreas estratégicas e uma política estadual em desenvolvimento para atrair data centers”, afirmou Walter Alves. O governo já mapeou 11 áreas prioritárias na costa para a instalação dos cabos.
Sérgio Azevedo, da FIERN, reforça a urgência da conectividade. “O Rio Grande do Norte produz quase 10 gigas de eólica e consome apenas um. A forma mais rápida de consumir energia hoje está nos data centers. Para isso, precisamos do cabo submarino”, explicou. Sem a infraestrutura, alertou, é como ser “um time de segunda divisão, tendo jogadores de primeira”.
O esforço do RN se alinha à Política Nacional de Cabos Submarinos do governo federal, que incentiva novas rotas fora do eixo tradicional, e à crescente demanda global por infraestrutura, exemplificada pelo “Projeto Waterworth” da Meta, que planeja 50 mil km de cabos conectando cinco continentes.
