A duplicação de 100 quilômetros da BR-304, no Rio Grande do Norte, receberá um investimento de R$ 1 bilhão do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O edital com os detalhes do projeto foi publicado pelo Ministério dos Transportes. A obra, uma das mais aguardadas no estado, será dividida em sete lotes e contemplará intervenções prioritárias nos trechos entre Mossoró e Assú, e entre Macaíba e Riachuelo. Segundo o Ministério dos Transportes, as melhorias na principal rodovia federal que corta o RN têm como objetivo central aumentar a fluidez do tráfego, reduzir o número de acidentes e garantir mais segurança viária aos motoristas. Além de impulsionar o desenvolvimento regional, facilitando o escoamento da produção e o acesso entre as principais cidades do estado, o projeto tem uma grande expectativa de impacto na economia local. A estimativa é de que a duplicação gere 5,5 mil empregos diretos, indiretos e por efeito de renda durante sua execução.

A proposta do Ministério dos Transportes de acabar com a obrigatoriedade das aulas em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) tem gerado forte reação no Rio Grande do Norte. Segundo o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores (SindCFC-RN), a medida pode levar ao fechamento dos 120 CFCs do estado e à demissão de aproximadamente 2 mil trabalhadores diretos. A minuta, que está em consulta pública até 2 de novembro, prevê que o candidato possa se preparar para os exames teórico e prático de forma autônoma ou com instrutores credenciados, sem a necessidade de se matricular em uma autoescola. O governo argumenta que a mudança pode reduzir o custo da CNH em até 80%. No entanto, o setor já sente os impactos negativos da proposta. “Desde julho, nosso movimento caiu 80%. Eu mesmo, dos meus 23 funcionários, já demiti oito”, relata Eduardo Domingo, presidente do SindCFC-RN. Alunos em processo de habilitação também se mostraram preocupados. O Detran-RN informou que está acompanhando o debate e que, como órgão executivo, irá cumprir o que for determinado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) após a consulta pública.

A produção de grãos no Rio Grande do Norte pode ter um salto de 61% na safra 2025/2026, alcançando 49,6 mil toneladas. A projeção, divulgada nesta terça-feira (14) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), representa uma forte recuperação após a safra 2024/2025, que foi severamente afetada pela estiagem e colheu apenas 30,8 mil toneladas. O crescimento esperado é atribuído principalmente a uma melhora na produtividade, que pode aumentar em 62%, passando de 274 kg para 443 kg por hectare. As principais culturas do estado são o milho, com uma projeção de 33 mil toneladas, e o feijão, com estimativa de 12 mil toneladas. Apesar do otimismo, o secretário de Agricultura do RN, Guilherme Saldanha, adota um tom de cautela. “A próxima safra é ainda uma projeção. Não se pode confirmar nada, porque vai depender da quadra chuvosa do ano que vem”, afirmou. Ele mencionou, no entanto, que a expectativa de um bom inverno é reforçada pela previsão do fenômeno La Niña. O superintendente da Conab no estado, Sebastião Arruda Júnior, explicou que a produção de grãos no RN é historicamente baixa devido ao clima semiárido e a uma agricultura de base familiar, com baixa mecanização. “Nosso forte é milho […] e feijão”, finalizou, detalhando as principais culturas que devem impulsionar a recuperação.

A 63ª edição da Festa do Boi, um dos maiores eventos do agronegócio nordestino, começa oficialmente nesta sexta-feira (10) em Parnamirim, com a realização do Seminário Motores do Desenvolvimento. O evento, que acontece a partir das 9h no espaço Juntos pelo Agro (Agência Sebrae) no Parque Aristófanes Fernandes, terá como tema central “a nova pecuária potiguar”, focando em inovação e maior valor agregado para os produtos do Rio Grande do Norte. A programação do seminário, que tem entrada gratuita, inclui um café de recepção, seguido da palestra de abertura com o engenheiro agrônomo Maurício Velloso, presidente da Associação Nacional de Confinadores. Logo após, uma mesa-redonda apresentará casos de sucesso de empresas locais, como os produtores da carne de búfalo, Suínos Jucurutu, Cordeiro Patriota e do frigorífico Corte 84. “É um evento gratuito, reforço bastante isso, para que as pessoas conheçam nossos potenciais”, destacou Fernando Fernandes, superintendente do Sistema Tribuna de Comunicação, um dos realizadores do evento em parceria com Sebrae/RN, Anorc e Faern. Zeca Melo, superintendente do Sebrae/RN, complementou: “Promover a troca de conhecimentos contribui diretamente para o fortalecimento dos pequenos negócios rurais”. A Festa do Boi 2025, que segue até 18 de outubro, espera receber cerca de 500 mil visitantes e movimentar R$ 85 milhões em negócios. Quase 3 mil animais estarão em exposição, com sete leilões oficiais programados e inovações como os “shoppings de animais”, onde a venda ocorre por preço fixo.  

Um eventual acordo comercial com os Estados Unidos para a redução de tarifas pode resultar em uma isenção de US$ 7,8 bilhões para as exportações brasileiras. A estimativa é de um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta segunda-feira (6). A análise foi publicada no mesmo dia em que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump conversaram por telefone. Na ligação, Lula solicitou a revogação da tarifa adicional de 40% sobre os produtos brasileiros. O vice-presidente Geraldo Alckmin e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, foram designados para conduzir as negociações. O estudo da CNI se baseia em uma lista de 1.908 produtos (anexo PTAAP) incluídos em uma Ordem Executiva da Casa Branca de 5 de setembro. Essa ordem abre espaço para que parceiros assumam compromissos comerciais e de segurança em troca de isenções tarifárias. Segundo a CNI, o montante de US$ 7,8 bilhões corresponde a 18,4% do total exportado pelo Brasil para os EUA em 2024. Produtos como café, cacau, frutas tropicais e itens metálicos estão entre os que podem ser beneficiados. O presidente da CNI, Ricardo Alban, comemorou o avanço nas tratativas. “Para a indústria, é muito relevante esse avanço. Desde o início, nós defendemos o diálogo”, afirmou. Em setembro, a CNI liderou uma missão com 130 empresários a Washington para negociar e sensibilizar as autoridades americanas sobre os impactos do tarifaço.