O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu perdão presidencial ao seu filho, Hunter Biden, em três condenações relacionadas à posse ilegal de armas e à ocultação de consumo de drogas às autoridades. Em um comunicado divulgado pela Casa Branca nesta segunda-feira (2), Biden defendeu a decisão, alegando que seu filho foi alvo de motivações políticas. “Nenhuma pessoa razoável que olhe para os fatos nos casos de Hunter pode tirar outra conclusão além de que foi visado por ser meu filho”, disse o presidente.
Hunter Biden, agora com 54 anos, havia sido acusado de mentir sobre o consumo de drogas ao adquirir um revólver Colt Cobra em outubro de 2018, durante um período em que estava lutando contra o vício em crack. A legislação norte-americana proíbe indivíduos que consumam substâncias como narcóticos de comprar armas. Além disso, Hunter também enfrentava investigações sobre seus negócios e não pagamento de impostos, tendo se declarado culpado em setembro de 2024 em nove acusações fiscais federais.
Joe Biden reiterou seu compromisso de não interferir nas decisões do Departamento de Justiça desde que assumiu a presidência, mas destacou que o julgamento do filho foi seletivo e injusto. “Há um esforço para quebrar o Hunter – que está sóbrio há cinco anos e meio”, afirmou Biden, ressaltando o impacto das acusações na sua família e na sua própria presidência. Ele também criticou o envolvimento político no processo judicial, que, em sua visão, contaminou a Justiça americana.
O perdão presidencial abrange todas as infrações que Hunter possa ter cometido entre 1º de janeiro de 2014 e 1º de dezembro de 2024, incluindo aquelas já processadas ou acusadas. A sentença de sua condenação por posse de arma estava marcada para 12 de dezembro, e as acusações fiscais poderiam resultar em até 17 anos de prisão, enquanto as de posse de arma previam penas de até 25 anos.
Donald Trump reagiu à decisão, condenando-a como um “abuso de justiça”. Curiosamente, o ex-presidente utilizou o perdão presidencial durante seu mandato para absolver figuras próximas, como o empresário Charles Kushner, pai do seu genro Jared Kushner.