Parte do forro do teto do setor de endoscopia do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, maior unidade de urgência e emergência do Rio Grande do Norte, desabou na manhã desta segunda-feira (16). Apesar do susto, ninguém ficou ferido e nenhum equipamento foi danificado, segundo a Secretaria de Saúde Pública (Sesap). O episódio reacendeu críticas sobre a precariedade da infraestrutura do hospital, levantadas por profissionais de saúde.
Rosália Fernandes, diretora do SindSaúde/RN, relatou que o problema era conhecido e havia sido alertado previamente. “Essa situação já estava anunciada. O teto estava prestes a cair. É um prédio com mais de 20 anos sem manutenção”, afirmou.
A situação precária não se limita ao setor de endoscopia. Segundo Fernandes, o setor de tomografia está paralisado desde o sábado (14), o que exige transferências para outras unidades, como o Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim. “Os espaços não têm estrutura, pacientes estão amontoados, e o caos se instalou”, denunciou.
Para Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed/RN, o desabamento reflete o envelhecimento estrutural do hospital. Ele defende que a solução passa pela construção do Hospital Metropolitano do Rio Grande do Norte, com 350 leitos previstos, como forma de absorver a alta demanda de traumas.
A Sesap afirmou que a transferência do setor de endoscopia está em andamento e que a manutenção já estava programada para esta semana. “Nenhum paciente ou trabalhador foi atingido, e os equipamentos estão preservados”, declarou a pasta em nota oficial.
O incidente ocorre em meio à aprovação de uma barreira ortopédica, que visa aliviar a sobrecarga do hospital. O serviço, custeado pelo Ministério da Saúde, terá um custo mensal de R$ 900 mil e deve começar a operar em 2025.