Pesquisadores do Google e da Universidade de Stanford desenvolveram uma tecnologia de inteligência artificial capaz de replicar a personalidade de indivíduos com uma precisão surpreendente de 85%. O estudo, liderado por Joon Sung Park, doutorando de Stanford, utilizou entrevistas qualitativas de duas horas com 1.052 pessoas nos Estados Unidos para capturar nuances das personalidades dos participantes.
O experimento consistiu em criar agentes digitais baseados em informações coletadas durante entrevistas guiadas por uma IA. Após duas semanas, as réplicas foram testadas junto com os participantes originais, demonstrando que os gêmeos digitais superaram modelos tradicionais em 14 pontos percentuais.
“Podemos criar um agente que capture muitas das complexidades e idiossincrasias de uma pessoa”, afirmou Park à New Scientist. A pesquisa busca facilitar estudos em ciências sociais, permitindo avaliar políticas públicas ou reações a produtos de forma ética e econômica.
Apesar do avanço, os pesquisadores apontaram limitações, como menor precisão em decisões econômicas ou dinâmicas sociais complexas, e alertaram para riscos éticos, incluindo possíveis usos indevidos. Salvaguardas foram implementadas para proteger os dados e garantir que as réplicas digitais sejam usadas exclusivamente para fins acadêmicos.
Empresas como a Tavus já exploram métodos similares, com o CEO Hassaan Raza destacando que a pesquisa abre portas para treinamentos mais eficientes com menor volume de dados. Embora promissora, a tecnologia ainda enfrenta desafios significativos para replicar a riqueza e a complexidade da experiência humana.