O Rio Grande do Norte se consolida como o estado mais verde do Brasil, com 98,05% de sua potência elétrica instalada vinda de fontes renováveis, como eólica e solar. Os dados, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec/RN), mostram que o estado atingiu a marca de 11,8 GW de potência pronta para produzir energia limpa.
A expansão continua, com a previsão de entrada em operação de 17 novos parques eólicos e duas usinas solares ainda em 2025. O boletim da Sedec aponta uma forte aceleração da energia solar, impulsionada pela queda nos custos e maior facilidade de instalação. A expectativa é que a potência solar instalada no estado chegue a 9,4 GW até 2032.
Apesar da liderança na geração, o estado enfrenta um gargalo crítico: a falta de infraestrutura de transmissão para escoar toda a energia produzida. Williman Oliveira, presidente da Associação Potiguar de Energias Renováveis (APER), alerta que a situação já causa prejuízos.
“Sem esse escoamento sustentável, vamos incorrer no problema de hoje, onde grandes usinas, seja de solar ou eólicas, estão sendo obrigadas a se desligarem nos finais de semana, causando prejuízos incalculáveis. E essa conta pode, ficar certo, quem vai pagar será o consumidor final”, adverte.
A solução para o problema depende de investimentos federais. Leilões de transmissão, previstos para outubro deste ano e março de 2026, devem contemplar o estado com novos equipamentos que aumentarão a capacidade da rede elétrica, permitindo que o RN continue a expandir sua liderança na transição energética nacional.


