Um eventual acordo comercial com os Estados Unidos para a redução de tarifas pode resultar em uma isenção de US$ 7,8 bilhões para as exportações brasileiras. A estimativa é de um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta segunda-feira (6).
A análise foi publicada no mesmo dia em que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump conversaram por telefone. Na ligação, Lula solicitou a revogação da tarifa adicional de 40% sobre os produtos brasileiros. O vice-presidente Geraldo Alckmin e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, foram designados para conduzir as negociações.
O estudo da CNI se baseia em uma lista de 1.908 produtos (anexo PTAAP) incluídos em uma Ordem Executiva da Casa Branca de 5 de setembro. Essa ordem abre espaço para que parceiros assumam compromissos comerciais e de segurança em troca de isenções tarifárias.
Segundo a CNI, o montante de US$ 7,8 bilhões corresponde a 18,4% do total exportado pelo Brasil para os EUA em 2024. Produtos como café, cacau, frutas tropicais e itens metálicos estão entre os que podem ser beneficiados.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, comemorou o avanço nas tratativas. “Para a indústria, é muito relevante esse avanço. Desde o início, nós defendemos o diálogo”, afirmou. Em setembro, a CNI liderou uma missão com 130 empresários a Washington para negociar e sensibilizar as autoridades americanas sobre os impactos do tarifaço.


