A seca se agrava no Rio Grande do Norte, atingindo 83% do território e fazendo com que 70 municípios já dependam do abastecimento por carros-pipa. Segundo a Defesa Civil Estadual, a operação, coordenada pelo Exército, está atendendo mais de 80 mil pessoas com 210 veículos.
O cenário hídrico é preocupante. Os 69 reservatórios monitorados pelo Igarn acumulam apenas 44% de sua capacidade total, e 23 deles estão com menos de 20%. A situação é crítica em reservatórios como Passagem das Traíras, em São José do Seridó, que está com apenas 0,03% de seu volume, e Itans, em Caicó, com 0,12%.
Para enfrentar a crise, o Governo do Estado está adotando medidas emergenciais e estruturantes. A curto prazo, já foram perfurados mais de 60 poços, com a meta de chegar a 400 até março de 2026, além de programas de dessalinização de água no valor de R$ 32 milhões.
A longo prazo, o governo acelera a recuperação de 28 barragens e a construção de grandes adutoras, como o Projeto Seridó e a Adutora do Agreste. As águas da transposição do Rio São Francisco também já reforçam a bacia do Piranhas-Açu e devem chegar ao Ramal do Apodi em 2026.
Com a previsão de chuvas abaixo da média para os próximos meses, o diretor do Igarn, Auricélio Costa, não descarta a adoção de medidas mais rigorosas, como novas restrições de uso da água, para garantir o abastecimento humano.
