As exportações de pescado do Rio Grande do Norte para os Estados Unidos despencaram 80% desde que as tarifas de 50% impostas pelo governo Trump entraram em vigor, no dia 6 de agosto. Segundo Arimar França Filho, presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do RN (Sindipesca), metade da frota de navios de pesca de atum do estado está parada.
O impacto foi sentido de forma generalizada: as exportações totais do RN para os EUA caíram 74% entre julho e agosto. Os setores mais atingidos são a pesca e o sal. “Do que era feito normalmente, em torno de 300 toneladas [de pescado], hoje não chega a 50”, explicou Arimar, que informou que, para evitar demissões, parte dos trabalhadores entrou em férias.
O setor salineiro, que destinava 47% de suas exportações aos EUA, enfrenta um prejuízo “incalculável”, segundo Airton Torres, presidente do Siesal. A maior preocupação é a perda permanente de clientes internacionais. “Uma vez perdido, será possível recuperar no futuro?”, questionou.
Para mitigar a crise, a Fiern e os sindicatos buscam saídas junto aos governos estadual e federal. A curto prazo, o Governo do RN dobrou os incentivos do ICMS via Proedi. Em Brasília, os setores pediram ao vice-presidente Geraldo Alckmin a inclusão do sal no programa Reintegra e agilidade na abertura do mercado europeu para o pescado potiguar. O governo federal também anunciou o “Plano Brasil Soberano”, que prevê R$ 30 bilhões em crédito para exportadores afetados.


