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29 de novembro de 2025 02:56

Mundo

Ministro israelense critica investigação brasileira contra militar por crimes de guerra

O ministro de Assuntos da Diáspora e Combate ao Antissemitismo de Israel, Amichai Chikli, criticou duramente o governo brasileiro e o Judiciário em uma carta enviada ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL), no último domingo (5). Ele chamou de “uma desgraça para o governo brasileiro” a investigação contra o militar israelense Yuval Vagdani, acusado de crimes de guerra na Faixa de Gaza pela Fundação Hind Rajab (HRF). A denúncia da HRF levou a Polícia Federal a abrir o caso enquanto Vagdani estava de férias em Morro de São Paulo, na Bahia. Com o apoio do governo israelense, o militar deixou o Brasil após o início das investigações, seguindo para a Argentina. Chikli acusou a HRF de ser uma organização que apoia grupos como Hezbollah e Hamas, afirmando que “abraçar indivíduos com essas visões extremistas” desonra o governo brasileiro. Segundo ele, a entidade utiliza falsas alegações para atacar soldados israelenses. A HRF, formada por advogados e juristas, se baseia no princípio da jurisdição universal para denunciar supostos crimes de guerra. No caso de Vagdani, a organização reuniu vídeos e outros dados que o vinculam a destruições de casas em áreas de ajuda humanitária. Enquanto isso, Israel classificou a denúncia como parte de ações coordenadas contra seus soldados, que incluem processos em tribunais internacionais. A Embaixada de Israel no Brasil afirmou ter mantido contato com o militar, mas ressaltou que a decisão de deixar o país foi dele.

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Papa Francisco nomeia irmã Simona Brambilla como primeira prefeita mulher da Cúria Romana

O Papa Francisco deu mais um passo significativo em sua gestão ao nomear, nesta segunda-feira (6), a irmã Simona Brambilla como prefeita do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Esta é a primeira vez que uma mulher lidera um dicastério na Cúria Romana, órgão responsável por supervisionar as ordens religiosas da Igreja Católica. O Vaticano destacou o marco histórico: “Irmã Simona Brambilla é a primeira prefeita mulher no Vaticano”. Embora mulheres já tenham ocupado cargos importantes na Santa Sé, essa nomeação reforça as reformas promovidas pelo Papa Francisco, que em 2022 modificou a constituição vaticana para permitir que leigos, incluindo mulheres, ocupem posições de liderança. Aos 59 anos, irmã Brambilla é missionária da Consolata e possui vasta experiência em trabalhos pastorais e administrativos. Ela já atuou como enfermeira em Moçambique e foi superiora geral de sua congregação entre 2011 e 2023. Em 2023, tornou-se secretária do mesmo dicastério, pavimentando seu caminho para o cargo de prefeita. Na nova função, ela trabalhará ao lado do cardeal Ángel Fernández Artime, que ocupará o cargo de “pro-prefeito”. Apesar de algumas limitações teológicas que reservam celebrações sacramentais apenas a homens, Brambilla será oficialmente reconhecida como a líder do dicastério, consolidando sua posição de destaque na estrutura administrativa da Igreja.

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Fernanda Torres se destaca na votação da LAFCA

Fernanda Torres brilhou na votação da Associação dos Críticos de Cinema de Los Angeles (LAFCA) ao ser finalista ao prêmio de Melhor Performance por sua atuação em Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. A brasileira ficou empatada com Demi Moore, de A Substância, na posição simbólica de finalista, mas o prêmio de Melhor Performance foi dividido entre Mikey Madison e Marianne Jean-Baptiste, por Anora e Hard Truths, respectivamente. A categoria não divide os prêmios por gênero, e nenhum ator se classificou entre os mais votados. Além de Torres, Anora se destacou ao receber o principal prêmio da noite, de Melhor Filme do Ano, e o troféu de Melhor Coadjuvante para o russo Yura Borisov, empatado com Kieran Culkin por A Verdadeira Dor. O longa de Sean Baker, vencedor no Festival de Cannes, é considerado um dos favoritos para o Oscar. Outros premiados incluem a animação Flow (Letônia), a trilha sonora de Rivais, composta por Trent Reznor e Atticus Ross, e o diretor iraniano Mohammad Rasoulof, escolhido Melhor Diretor por The Seed of the Sacred Fig. Jesse Eisenberg foi reconhecido como Melhor Roteirista por A Verdadeira Dor. O evento também prestou homenagem ao cineasta John Carpenter, destacando sua carreira marcada por filmes influentes como Halloween e Fuga de Nova York.

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Moção de censura une esquerda e extrema-direita e derruba governo de Michel Barnier na França

Deputados franceses da esquerda e extrema-direita aprovaram nesta quarta-feira (4) uma moção de censura que derrubou o governo do primeiro-ministro Michel Barnier, menos de 100 dias após sua posse. A presidente da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, anunciou a decisão, que obteve 331 votos a favor, superando a maioria absoluta de 288 votos necessários. A moção, aprovada após rejeição do orçamento de 2025, marcou uma aliança incomum entre forças ideológicas opostas. Nomeado pelo presidente Emmanuel Macron há três meses, Barnier, político conservador de centro-direita, enfrentava resistência desde o início de sua gestão devido à falta de apoio parlamentar. O premiê foi escolhido após eleições que deram vitória à esquerda, mas sem maioria suficiente para governar. Sua destituição reflete a instabilidade política na França e transforma seu governo no mais curto da história recente do país.

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Joe Biden concede perdão presidencial a filho em casos de posse de arma e ocultação de consumo de drogas

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu perdão presidencial ao seu filho, Hunter Biden, em três condenações relacionadas à posse ilegal de armas e à ocultação de consumo de drogas às autoridades. Em um comunicado divulgado pela Casa Branca nesta segunda-feira (2), Biden defendeu a decisão, alegando que seu filho foi alvo de motivações políticas. “Nenhuma pessoa razoável que olhe para os fatos nos casos de Hunter pode tirar outra conclusão além de que foi visado por ser meu filho”, disse o presidente. Hunter Biden, agora com 54 anos, havia sido acusado de mentir sobre o consumo de drogas ao adquirir um revólver Colt Cobra em outubro de 2018, durante um período em que estava lutando contra o vício em crack. A legislação norte-americana proíbe indivíduos que consumam substâncias como narcóticos de comprar armas. Além disso, Hunter também enfrentava investigações sobre seus negócios e não pagamento de impostos, tendo se declarado culpado em setembro de 2024 em nove acusações fiscais federais. Joe Biden reiterou seu compromisso de não interferir nas decisões do Departamento de Justiça desde que assumiu a presidência, mas destacou que o julgamento do filho foi seletivo e injusto. “Há um esforço para quebrar o Hunter – que está sóbrio há cinco anos e meio”, afirmou Biden, ressaltando o impacto das acusações na sua família e na sua própria presidência. Ele também criticou o envolvimento político no processo judicial, que, em sua visão, contaminou a Justiça americana. O perdão presidencial abrange todas as infrações que Hunter possa ter cometido entre 1º de janeiro de 2014 e 1º de dezembro de 2024, incluindo aquelas já processadas ou acusadas. A sentença de sua condenação por posse de arma estava marcada para 12 de dezembro, e as acusações fiscais poderiam resultar em até 17 anos de prisão, enquanto as de posse de arma previam penas de até 25 anos. Donald Trump reagiu à decisão, condenando-a como um “abuso de justiça”. Curiosamente, o ex-presidente utilizou o perdão presidencial durante seu mandato para absolver figuras próximas, como o empresário Charles Kushner, pai do seu genro Jared Kushner.

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Grupos rebeldes islâmicos tomam Aleppo e intensificam conflito na Síria

A guerra civil síria, que já dura mais de uma década, ganhou um novo capítulo neste fim de semana com a retomada de Aleppo, a segunda maior cidade do país, por grupos rebeldes islâmicos. A cidade, que abriga cerca de 2 milhões de habitantes, foi tomada pelos rebeldes que estão em combate contra o governo de Bashar Al-Assad. Em resposta, as forças aéreas síria e russa realizaram intensos bombardeios nas posições dos rebeldes, não apenas em Aleppo, mas também na província de Idlib, controlada por jihadistas. A agência de notícias síria informou que as forças aéreas sírio-russas atacaram locais estratégicos, incluindo quartéis-generais e depósitos de armas dos rebeldes, resultando em várias baixas entre os combatentes. A ofensiva rebelde, iniciada em 27 de novembro, já causou a morte de mais de 300 pessoas, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Além disso, a invasão gerou uma fuga em massa de civis da cidade. De acordo com a Presidência síria, Bashar Al-Assad afirmou que a vitória contra os rebeldes será possível com o apoio de seus aliados, destacando que o “terrorismo só entende a linguagem da força”, e que ele será erradicado com o uso dessa estratégia, independentemente do apoio externo. Grupos jihadistas como o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), um braço da Al-Qaeda, desempenham papel central na ofensiva contra o governo sírio. Para a professora de Relações Internacionais, Rashmi Singh, a situação na Síria reflete o impacto das potências externas no conflito, com o Hezbollah e a Irã perdendo força após intervenções externas, como ataques de Israel. A guerra civil na Síria, que já matou mais de 300 mil pessoas e forçou milhões ao exílio, é considerada uma guerra proxy, onde as grandes potências, como EUA, Rússia, e aliados do Oriente Médio, usam o território sírio para disputas de poder. O professor Mohammed Nadir, da UFABC, observa que o apoio dos EUA e aliados ocidentais aos grupos jihadistas se alinha à tentativa de enfraquecer o regime de Assad e de suas alianças com potências como a Rússia. Apesar das vitórias recentes dos rebeldes, Nadir acredita que será muito difícil para eles manterem o controle de Aleppo, já que a reconquista será sangrenta, dado o valor estratégico e simbólico da cidade no contexto da guerra.

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