O município de Natal foi contemplado com R$ 125 milhões em investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Seleções 2025, do Governo Federal. Os recursos, anunciados nesta quinta-feira (18), serão destinados a projetos de drenagem urbana e contenção de encostas em áreas críticas da cidade. Segundo a Prefeitura, a maior parte do valor, R$ 90 milhões, será aplicada na continuidade das obras de macrodrenagem da área das Dunas. O restante será investido em ações de contenção e urbanização na Zona Leste, abrangendo as bacias da comunidade do Jacó e do bairro da Ribeira, áreas historicamente afetadas por alagamentos. Este novo aporte se soma aos R$ 142 milhões que a capital potiguar já havia garantido na edição de 2023 do PAC, totalizando mais de R$ 267 milhões em investimentos federais para infraestrutura. O prefeito Paulinho Freire (União Brasil) comemorou o resultado. “Estamos colhendo grandes frutos já neste primeiro semestre de trabalho. A aprovação deste recurso é a prova de que estamos avançando no planejamento urbano e garantindo melhorias reais para a população”, afirmou. O secretário de Planejamento, Vagner Araújo, destacou que as propostas aprovadas representam um “avanço decisivo para Natal”.

As exportações de pescado do Rio Grande do Norte para os Estados Unidos despencaram 80% desde que as tarifas de 50% impostas pelo governo Trump entraram em vigor, no dia 6 de agosto. Segundo Arimar França Filho, presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do RN (Sindipesca), metade da frota de navios de pesca de atum do estado está parada. O impacto foi sentido de forma generalizada: as exportações totais do RN para os EUA caíram 74% entre julho e agosto. Os setores mais atingidos são a pesca e o sal. “Do que era feito normalmente, em torno de 300 toneladas [de pescado], hoje não chega a 50”, explicou Arimar, que informou que, para evitar demissões, parte dos trabalhadores entrou em férias. O setor salineiro, que destinava 47% de suas exportações aos EUA, enfrenta um prejuízo “incalculável”, segundo Airton Torres, presidente do Siesal. A maior preocupação é a perda permanente de clientes internacionais. “Uma vez perdido, será possível recuperar no futuro?”, questionou. Para mitigar a crise, a Fiern e os sindicatos buscam saídas junto aos governos estadual e federal. A curto prazo, o Governo do RN dobrou os incentivos do ICMS via Proedi. Em Brasília, os setores pediram ao vice-presidente Geraldo Alckmin a inclusão do sal no programa Reintegra e agilidade na abertura do mercado europeu para o pescado potiguar. O governo federal também anunciou o “Plano Brasil Soberano”, que prevê R$ 30 bilhões em crédito para exportadores afetados.

As exportações por via marítima no Rio Grande do Norte registraram um crescimento de 530% em valor entre 2020 e 2024, saltando de US$ 117,4 milhões para US$ 740 milhões (R$ 4 bilhões) no período. Os dados, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec-RN) e do MDIC, referem-se às movimentações nos portos de Natal, Areia Branca e Guamaré. Em volume, o aumento foi de 38,9%, chegando a 2,1 milhões de toneladas exportadas no ano passado. Segundo a Sedec, o crescimento foi impulsionado pela competitividade de produtos como frutas, sal, pescados e, principalmente, óleos combustíveis, que ampliaram sua presença nos mercados norte-americano e europeu. O secretário-adjunto da pasta, Hugo Fonseca, destacou que o Porto de Natal se tornou um “pequeno hub de exportação de frutas”, graças à adoção de um novo modelo de envio por pallets. O setor de fruticultura foi crucial para a retomada. Após uma queda causada pela saída de uma grande empresa de contêineres do estado, a exportação de frutas pelo Porto de Natal foi revitalizada a partir de 2023, quando a empresa Agrícola Famosa passou a fretar navios próprios. A iniciativa fez com que o terminal voltasse a escoar 50% da produção de frutas do RN, e a expectativa da Companhia Docas do RN (Codern) é triplicar essa movimentação na safra atual (2025/2026), visando 300 mil toneladas. Para o futuro, estão previstos investimentos de R$ 120 milhões no Porto de Natal, destinados à dragagem do canal de acesso e à construção das defensas da Ponte Newton Navarro. As obras permitirão a operação de navios maiores e em período noturno, o que, segundo o Governo, pode dobrar a capacidade de exportação do terminal.

A Expofruit 2025, maior feira da fruticultura tropical irrigada do Brasil, teve início nesta quarta-feira (20), em Mossoró. Com o tema “Sustentabilidade e Inovação”, o evento, que vai até sexta-feira (22), deve movimentar R$ 90 milhões em negócios e receber cerca de 40 mil visitantes. A edição deste ano bateu recorde de expositores, com 210 empresas apresentando produtos e tecnologias em uma área de 17 mil metros quadrados na Estação das Artes. O evento é considerado estratégico para o setor e para a economia da região Oeste, movimentando também o turismo e a gastronomia. Um dos grandes destaques é a rodada internacional de negócios, promovida pela ApexBrasil, que colocará produtores locais em contato direto com compradores de diversos continentes, como Europa, Ásia e América do Norte. A programação técnica é extensa e inclui o Painel Empresarial, o Fórum da Fruticultura, o Seminário de Cajucultura e a apresentação de pesquisas da Ufersa sobre espécies adaptadas ao semiárido. A realização é do Coex/RN, Sebrae-RN e Ufersa.